Floresta
Sinta a Floresta...
Seu latejo de vida, sua pulsação pertinente, seu motim silencioso, seus órgãos quentes.
Respire o seu invisível; absorva para dentro de si os seres essenciais que Nela habitam, e sinta germinar em suas entranhas todo o divino que há.
O eterno nascer, ao perceber, fará parte de você. A Floresta nasce como os sons atemporais dos ancestrais.
Ela é píncaro de luz em meio à escuridão das suas verdes veias. E força de um movimento inefável na sua aparente inércia.
O seu veludo solo, que dá colo às grandes árvores, é amásio do brotar da vida. A sutileza do seu ruído e o seu rascante canto é acalanto para a existência que nos acolhe.
As estações que a banham, as tempestades que a balançam, as águas que a cortam, o úmido que a aveluda, as cores que nela coexistem, os bichos que a liquefazem intrinsecamente se aportam em nós. E em uma conexão una, sentimos toda a grandeza de pertencer ao absoluto existir.
Seus sentidos apurados se expressam na fruição de simplesmente ser.
E a sua generosidade infinda se cópula com a total e mais sublime doação.
Seus sentidos nos amparam e a sua generosidade nos dá o oxigênio substancial.
Ambos nos mantêm vivos.
Sinta o embrião com a Floresta externa e tocará toda a interna.
Suas nascentes e reminiscências.
Sua flora e fauna e a sua alma.
Suas raízes e o seu matiz.
Seu lodo e o seu motriz.
Sua semente e a sua essência.
A Floresta é o coração do Deus e o seio da Deusa
E é toda a nossa intimidade.
Zelemos por aquela que nos habita e por aquela que habitamos, pois Elas são - a respiração da vida.
Daniella Paula Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário